Avançar para o conteúdo principal

Autocuidado e amizade

Há uns dias li uma frase da Michelle Obama que dizia resumidamente que para sermos bons pais temos que tratar de nós primeiro. Só assim conseguimos ter a energia física e emocional para tratarmos da nossa família. Parece óbvio mas muitos pais (principalmente as mães) esquecem-se de tirar o tempo de que necessitam para cuidarem de si. E isso, mais tarde ou mais, cedo tem consequências nefastas.

O autocuidado não é mais do que o carinho que temos por nós e não deve ser encarado como uma futilidade, como um capricho. No autocuidado cabe o investimento que fazemos na nossa saúde física e mental. Envolve, por exemplo, termos os nossos exames de rotina em dia, descansarmos o suficiente, alimentarmo-nos bem e fazer exercício físico. Pode ainda incluir o tempo que tiras para cuidar da tua pele, para estares sozinha e para falares e fazeres programas com os teus amigos. 
As últimas semanas foram de aprendizagem em relação à nova forma de conviver com amigos. Desde o inicio do confinamento que resisti aos encontros virtuais com amigos. Via muita gente a falar de almoços, jantares e outros encontros via Zoom mas não me fazia sentido. Não era a mesma coisa. E o tempo foi passando e para além de telefonemas para alguns deles não tive mais nenhum contacto com os amigos de sempre. Há umas semanas dei por mim um tanto abatida, sem energia. Nunca imaginei que a falta de programas com aqueles de quem gosto tivessem tanto impacto na minha vida. E comecei a pensar nas coisas de outra forma. Ainda não me sinto preparada para almoços com amigos em restaurantes ou mesmo em casa. Sinto que para proteger alguns familiares mais idosos tenho que fazer escolhas. Se quero estar mais tempo com uns terei inevitavelmente que manter distância de outros. Mas o que me impede de ter uma conversa cara a cara, ainda que seja de máscara? Nada! Há uns dias resolvi fazer uma visita à porta de duas amigas. Elas desceram e estivemos um pouco à conversa na rua e posso dizer-vos que foi mesmo muito bom. Mantivemos as distância social mas olhamo-nos nos olhos e isso, para mim, faz toda a diferença. Comecei também a marcar encontros com alguns amigos via Zoom e descobri que, mesmo não sendo a mesma coisa, não deixa de ser bom. Até já fazemos jogos via Zoom. Estamos sempre a aprender não é?
Conta-me: como cuidas de ti? O que entra na tua rotina de autocuidado? Que programas à distância tens feito com os teus amigos?




Comentários

Mensagens populares deste blogue

Vais oferecer o primeiro smartphone ao teu filho? Já pensaste escrever um contrato de utilização?

    Ontem publiquei nas stories do Instagram uma foto do contrato de utilização de smartphone que escrevi para a minha filha. Recebi algumas questões e resolvi escrever sobre isso e responder às perguntas que me foram colocadas.  A minha filha recebeu o primeiro telefone aos 11 anos (tem 14). Estava inscrita num curso de verão no conservatório e achamos que era importante ter uma forma de se comunicar connosco em caso de necessidade. O telefone era simples, um dumbphone e foi batizado de iPedra por ela e pelas amigas. :) Há uma semanas o seu telefone morreu e foi altura de avaliar a situação e decidimos que estava preparada para utilizar um smartphone.  Porque achamos que está preparada para receber um smartphone? A utilização do iPedra já tinha regras definidas e a coisa correu bem. Por outro lado provou que já é responsável porque cumpre com as tarefas e responsabilidades que lhe foram sendo atribuídas.  Porquê escrever um contrato? Podemos escrever contratos com os miúdos e usá-los

Educação sexual: como conversar com crianças e adolescentes?

    A expressão "Educação Sexual" pode assustar alguns pais. Isto dá-se porque o despertar para a necessidade de abordar o tema com os filhos é relativamente recente. Era incomum os pais falarem abertamente com os filhos sobre o seu corpo e muito menos sobre a sua sexualidade. Por outro lado o assunto "sexo" continua a ser rodeado de muitos tabús.  A educação sexual é uma necessidade,  é uma forma de proteger os miúdos e deve começar bem cedo. Quão cedo? Desde sempre. A forma como tratamos o bebé, como mostramos respeito pelo seu corpo é uma forma de iniciar essa educação. Uma troca de fralda, um banho podem ser muito mais do que isso. Podem ser oportunidades para lhe irmos ensinando conceitos básicos como respeito, intimidade e consentimento. Esse ensino pode e deve continuar até à adolescência. Ao preparar este post percebi que muitos pais ainda esperam pelo momento ideal para ter a tal conversa . Não existe uma idade certa para iniciar a conversa e nem esta deve

Regresso às aulas em tempos de pandemia.

Ontem fiz um pequeno inquérito no meu instagram a perguntar como os pais se sentiam em relação ao regresso às aulas este ano. 67% dos pais que responderam ao inquérito disseram sentir-se apreensivos com este regresso às aulas. Alguns pais apontaram como causas para este sentimento os intervalos reduzidos, o uso da máscara por parte dos miúdos, a possibilidade de nem todas as famílias terem os mesmos cuidados para prevenir a doença, a possibilidade de contrair a doença, a impossibilidade de os pais entrarem na escola... As informações que recebemos até à data por parte das escolas são incompletas ou mesmo inexistentes e isso não ajuda à preparação dos pais, nem ajuda os pais a prepararem os filhos. As questões são muitas: Como vai funcionar a escola? As turmas vão ser divididas? Quanto tempo de intervalo vão ter? Vão poder brincar com os amigos? Podem retirar a máscara nos espaços exteriores? Será que vamos poder levá-los à sala pelo menos no primeiro dia? Como está a ser pensada a limp