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Mensagens

A mostrar mensagens de 2020

Educação sexual: como conversar com crianças e adolescentes?

    A expressão "Educação Sexual" pode assustar alguns pais. Isto dá-se porque o despertar para a necessidade de abordar o tema com os filhos é relativamente recente. Era incomum os pais falarem abertamente com os filhos sobre o seu corpo e muito menos sobre a sua sexualidade. Por outro lado o assunto "sexo" continua a ser rodeado de muitos tabús.  A educação sexual é uma necessidade,  é uma forma de proteger os miúdos e deve começar bem cedo. Quão cedo? Desde sempre. A forma como tratamos o bebé, como mostramos respeito pelo seu corpo é uma forma de iniciar essa educação. Uma troca de fralda, um banho podem ser muito mais do que isso. Podem ser oportunidades para lhe irmos ensinando conceitos básicos como respeito, intimidade e consentimento. Esse ensino pode e deve continuar até à adolescência. Ao preparar este post percebi que muitos pais ainda esperam pelo momento ideal para ter a tal conversa . Não existe uma idade certa para iniciar a conversa e nem esta deve

Está a pensar oferecer um telemóvel ao seu filho? Este post é para si.

  Qual a idade certa para pormos um telemóvel nas mãos dos nossos filhos? Um estudo realizado pelo FaqTos em 2017 revelou que a maior parte das crianças recebem o primeiro telemóvel aos 10 anos de idade, o que coincide com a entrada no segundo ciclo do ensino básico e muitos até o recebem de presente por terem transitado do 4º para o 5º ano. Será essa a idade certa? Quais devem ser os critérios de atribuição deste objeto tão cobiçado pelos miúdos?   1. Pensem duas vezes Dar ou não um telemóvel a uma criança deve ser uma decisão muito ponderada porque uma vez que o damos é muito difícil voltar atrás. A primeira questão que devemos colocar é esta: Será que é mesmo necessário? É óbvio que as crianças vão pedir um telemóvel mas isso é muito diferente de precisarem de um. Gordon Neufeld diz e muito bem que "as crianças podem saber o que querem, mas é perigoso supor que elas sabem o que precisam." Porque vamos dar o telemóvel à criança? Porque existe uma necessidade real de se comu

"Como conseguir que os meus filhos (adolescentes) não sejam preguiçosos?"

Há umas semanas abri a caixa de sugestões do meu Instagram e recebi este pedido de uma mãe: "Como conseguir que os meus filhos (adolescentes) não sejam preguiçosos?".  Querida mãe, Posso ser direta? Aqui vai: Não consegues! Nunca encontrarás neste espaço truques para mudar os teus filhos. Mas se o que pretendes é aprender mais e ajudar os teus filhos a tornarem-se jovens responsáveis, felizes e de bem com a vida, conta comigo. Mas preciso que tenhas a noção que tudo começa por ti - mãe ou pai. A mudança começa sempre em ti. Estive uns dias a pensar nesta questão e surgiram-me algumas questões: o que é que chama de preguiça? Será demorarem mais a realizar as tarefas? Será dormirem mais? Será preferir realizar as tarefas noutro horário? Será pouca vontade em colaborar nas tarefas domésticas? Outras questões ainda mais importantes: será que o que deseja mesmo é que os filhos deixem de ser preguiçosos ou será que deseja que os filhos sejam capazes de cuidar dos seus assuntos,

Regresso às aulas em tempos de pandemia.

Ontem fiz um pequeno inquérito no meu instagram a perguntar como os pais se sentiam em relação ao regresso às aulas este ano. 67% dos pais que responderam ao inquérito disseram sentir-se apreensivos com este regresso às aulas. Alguns pais apontaram como causas para este sentimento os intervalos reduzidos, o uso da máscara por parte dos miúdos, a possibilidade de nem todas as famílias terem os mesmos cuidados para prevenir a doença, a possibilidade de contrair a doença, a impossibilidade de os pais entrarem na escola... As informações que recebemos até à data por parte das escolas são incompletas ou mesmo inexistentes e isso não ajuda à preparação dos pais, nem ajuda os pais a prepararem os filhos. As questões são muitas: Como vai funcionar a escola? As turmas vão ser divididas? Quanto tempo de intervalo vão ter? Vão poder brincar com os amigos? Podem retirar a máscara nos espaços exteriores? Será que vamos poder levá-los à sala pelo menos no primeiro dia? Como está a ser pensada a limp

Colocar limites na adolescência!

  Maria, de 16 anos, sai do quarto, dirige-se à cozinha e pergunta o que é o jantar. A mãe responde: "Ainda não está pronto. Já desenrasco qualquer coisa." A Maria, com maus modos, diz que tem fome, que o jantar já deveria estar pronto e ordena que se encomende qualquer coisa. A mãe, incrédula, pede-lhe que se acalme, que veja um pouco de TV e informa que o jantar estará pronto em breve. Nos últimos meses tenho recebido algumas mensagens de pais que não sabem como lidar com este tipo de comportamento dos filhos, Em muitos casos, filhos com mais de 18 anos, que segundo os pais, exigem e fazem "birras" como crianças pequenas.  A maior parte destes pais, apesar de não considerar o comportamento adequado, arranjam algum tipo de desculpa para os filhos. Alguns justificam o comportamento porque os filhos os filhos andam stressados com alguma coisa. Outros sentem-se culpados, dizem que falharam como pais em alguma altura do processo educativo. Outros questionam se não será

Vamos falar de gratidão?

(Construção e foto da minha filha) O dicionário Priberam define gratidão como "o sentimento de lembrança e agradecimento por um bem recebido." Têm visto muitos #gratidao pelas redes sociais, não têm? É verdade, parece que o tema gratidão está na moda. Mas ao contrário de tantas modas que por aí andam gostava que esta ficasse entre nós.   Muitos estudos científicos estabelecem uma ligação entre a gratidão e a felicidade. A Harvard Mental Health Letter afirma que a gratidão ajuda as pessoas a serem mais positivas, a aproveitar os bons momentos da vida, a lidar melhor com os problemas e a construir relacionamentos mais fortes. Só coisas boas, não concordas?  A mesma revista sugere algumas formas de praticar a gratidão e deixo aqui algumas: - Escreve um bilhete de agradecimento a alguém;   - Agradecer mentalmente a alguém;   - Orar (para quem acredita em Deus, claro);  - Escrever num caderno da gratidão coisas pelas quais estamos gratos. A ideia é escrever todas as semanas 3 a 5

"Acho que não gosto da minha filha!"

" O que se passa comigo? Como é possível sentir isto pela minha própria filha? Deus me perdoe, mas acho que não gosto da minha filha. Não é suposto termos estes sentimentos pelos nossos filhos, pois não?" Estes eram os pensamentos mais íntimos de uma mãe. Pensamentos dos quais se envergonhava muito e não sonhava verbalizá-los, nem mesmo ao marido ou às amigas mais íntimas. Uma mãe que não gosta da filha? Quem poderia compreender tal coisa? Crescemos a ouvir que não há amor como o de mãe e que esse amor é infinito, incondicional. A verdade é que nem sempre é assim. E, quando as coisas não correm como o esperado, quando os sentimentos que nos assolam se afastam e muito do que crescemos a ouvir, o exercício da maternidade pode ser acompanhado de muita culpa e dor. Uma conversa foi o suficiente para retirar muito do peso que aquela mãe carregava. Depois disso conseguiu perceber que, na realidade, o que ela não gostava era de alguns comportamentos e atitudes da fil

O meu. O teu. O nosso sangue.

No fim da semana passada partilhei nas stories um post escrito pela @theboss_mumstheboss em que ela abordava a necessidade de conversar sobre menstruação com meninas e meninos. Nesse mesmo dia recebi uma mensagem de uma leitora que dizia: "A minha filha diz que não quer ter o período". A menina tem 11 anos e repete essa frase com alguma frequência e isso deixou a mãe preocupada porque, o período vai acabar por aparecer mesmo que não o deseje. Estive um bom tempo a pensar no que aquela mãe disse. Confesso que nao me lembro de desejar ter o período mas também não desejei não ter. Lembro-me sim de sentir muita vergonha quando apareceu. E um medo terrível de me sujar. Passaram-se quase 30 anos e a menstruação ainda não é encarada com a naturalidade/normalidade com que devia. Percebemos isso pelo embaraço que sentimos quando queremos tirar o telemóvel da mala e salta de lá um penso higiénico. Ou nas imagens/fotografias com rosas para simbolizar a menstruação em vez de sangue

TV, Telemóvel, Tablet... Ecrãs com fartura!

O encerramento dos Jardins de Infância e das Escolas dos nossos filhos veio, a meu meu ver, agravar uma situação que há muito me preocupa - a exposição excessiva aos ecrãs. As aulas diárias passaram a ser dadas à distância por videoconferência recorrendo para isso às muitas plataformas que existem no mercado. A esse tempo somam-se ainda as horas de #EstudoEmCasa usadas por algumas escolas bem como as que passam ao computador para entregar trabalhos. Como se não bastasse, muitas famílias utilizam também os dispositivos eletrónicos para entreterem os filhos. Os pais argumentam que não têm alternativa porque têm que trabalhar e essa é a única forma de os manter entretidos durante muito tempo. Os dispositivos eletrónicos entraram nas nossas vidas e não há retorno. Facilitam-nos a vida de tantas formas que era tonto da nossa parte não as utilizarmos. Mas será que as utilizamos de uma forma que nos traga mais benefícios que prejuízo? A revista Pediatrics da Socieda

Autocuidado e amizade

Há uns dias li uma frase da Michelle Obama que dizia resumidamente que para sermos bons pais temos que tratar de nós primeiro. Só assim conseguimos ter a energia física e emocional para tratarmos da nossa família. Parece óbvio mas muitos pais (principalmente as mães) esquecem-se de tirar o tempo de que necessitam para cuidarem de si. E isso, mais tarde ou mais, cedo tem consequências nefastas. O autocuidado não é mais do que o carinho que temos por nós e não deve ser encarado como uma futilidade, como um capricho. No autocuidado cabe o investimento que fazemos na nossa saúde física e mental. Envolve, por exemplo, termos os nossos exames de rotina em dia, descansarmos o suficiente, alimentarmo-nos bem e fazer exercício físico. Pode ainda incluir o tempo que tiras para cuidar da tua pele, para estares sozinha e para falares e fazeres programas com os teus amigos.  As últimas semanas foram de aprendizagem em relação à nova forma de conviver com amigos. Desde o inicio do confi

Um post sobre escolhas

Há uns dias li um desabafo de uma bloguer conhecida no Instagram. Dizia ela que se sentia pior mãe desde que a quarentena tinha começado e que os miúdos a irritavam muito a ponto de gritar com eles. Por curiosidade li alguns comentários dos seguidores e quase todos eles diziam estar na mesma situação e que não se culpasse porque era humana e que os miúdos tiravam qualquer um do sério. Concordo que todos cometemos erros. Não conheço ninguém que não meta o pé na poça uma vez ou outra. Mas sabes o que me saltou à vista? O "sacudir a água do capote", o descartar de responsabilidade pelos nossos atos e as palmadinhas nas costas de quem comentou aquele post . Parece-me muito mais fácil culpar os miúdos pelas nossas explosões do que admitir que não escolhemos o melhor comportamento a ter em determinada situação. Porque, na realidade, é disso que se trata - de escolhas. Enquanto não assumirmos que somos responsáveis pelas nossas ações não abrimos espaço para mudar comportamen

Quem tem medo da adolescência?

De repente, parece que deixam de precisar de nós. Só falam nos amigos, só querem estar com os amigos ou ao telefone com os amigos. :) Percebemos mudanças na forma de se arrumarem, nos gostos musicais, nas séries que vêem, na forma de falarem connosco. Rebolam os olhos, respondem com agressividade… Dito assim, pode assustar um pouco.:) Mas sabes uma coisa? Quanto mais aprendo sobre a adolescência e quanto mais convivo com adolescentes, percebo que esta fase, tal como todas as outras, pode ser uma fase maravilhosa. Com desafios é certo, mas ainda assim muito boa. Depende muito da forma como lidamos com ela. Acredito que uma forma de lidarmos melhor com o que nos assusta é por aumentar o nosso conhecimento sobre o assunto. Nesse sentido, convido-te a ler sobre o tema Adolescência para compreenderes melhor os desafios desta fase da vida do teu filho. Gostava ainda que te lembrasses de uma coisa: apesar de começar a reclamar o seu espaço, o teu filho continua a precisar

Um post sobre adolescentes e comentários inoportunos

Escrevi este post na minha página pessoal do Instagram há uns meses. Achei que devia colocá-lo também no blogue porque acho mesmo que é um assunto ao qual nós adultos (pais ou não) devemos dar muita atenção. A adolescência é uma fase rica em mudanças. Alterações físicas e hormonais estão na ordem do dia. Alguns dão um “pulo” em altura, outros engordam, começam a aparecer borbulhas. É também provável que o cabelo seja mais difícil de domar… No meio de tudo isto está uma pessoa em desenvolvimento com muitas dúvidas, com oscilações de humor próprias de tanta mudança externa e interna. Como se não bastasse alguns adolescentes ainda têm de lidar com comentários desnecessaŕios por parte de adultos. E alguns ainda fazem aquela coisa irritante de falar sobre o adolescente como se não estivesse presente. Imaginem um adolescente no meio de um grupo, numa reunião familiar ou de amigos da família. Uma tia diz para a mãe: “a Maria está mais gordinha, não está?” Outra diz diretamente pa

Como tirar uma criança da cama dos pais?

Na semana passada dediquei-me à questão do sono da criança e esta questão surgiu em conversa com um pai. A resposta a esta questão depende muito de criança para criança e até mesmo dos pais mas deixo alguns pontos que se podem aplicar à maior parte dos casos.  1. É muito importante que os pais estejam alinhados nessa decisão. Conversem sobre o assunto e estabeleçam um plano. 2. Informem a criança da vossa decisão. Não perguntem se ela acha boa ideia. A decisão de a tirar da vossa cama é vossa e não da criança. Podem dizer algo do género: “Querido, tens dormido na nossa cama desde há 1 mês e os pais decidiram que está na altura de voltares a dormir na tua cama” ou “Dormes connosco desde bebé mas os pais estiveram a conversar e decidiram que está na hora de teres o teu próprio espaço, de dormires na tua própria cama”. Expliquem porque tomaram essa decisão.  3. Envolvam a criança na decisão. Peçam-lhe sugestões e, se for possível, deixem-no escolher alguns dos el

De volta!

Olá a todos! Passaram-se uns bons anos desde a última vez que escrevi aqui. Este sempre foi um espaço onde escrevi sobre as minhas aventuras na maternidade e sobre o que me dava prazer como os meus hobbies e os nossos passeios em família. Os posts antigos foram arquivados e agora este vai ser um espaço dedicado a temas ligados ao exercício da parentalidade. Pensei em criar um blogue novo mas resolvi continuar a escrever neste que sempre foi o meu espaço. As coisas mudam e não há nada de errado nisso, não é? Comecei a interessar-me pela Parentalidade Positiva há uns 6 anos. Estudei muito sobre o tema, fiz pequenos cursos e no ano passado decidi finalmente fazer a Certificação em Parentalidade e Educação Positivas com a Magda Gomes Dias. Desde essa altura que me tenho dedicado a ajudar pais e mães a terem uma vida familiar mais satisfatória. Se o tema te interessar, anda daí. :)